Mauriti está entre os municípios que mais desmatam no Ceará

Blog do  Amaury Alencar
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 Mauriti, que possui uma área de 1.112 km² distribuída em nove distritos — Anauá, Buritizinho, Coité, Nova Santa Cruz, Olho D’Água, São Félix, São Miguel, Palestina e Umburanas —, possui uma história que contrasta profundamente com a realidade do desmatamento desenfreado.

 Seu nome, originado do tupi, refere-se à palmeira humburity, que significa “árvore que dá sumo”, classificada como Maurititia vinífera. A palavra também faz alusão à tribo dos Buritis, pertencentes aos Tapuias, símbolos de uma conexão ancestral com a natureza.

É imprescindível destacar que o desmatamento é um problema grave, que não afeta apenas o meio ambiente, mas também a biodiversidade, o clima e a saúde humana. Cada hectare destruído representa uma perda irreparável de vida, de história e de esperança para o futuro.

Diante dessa situação alarmante, a implementação de políticas públicas eficazes e urgentes para combater o desmatamento torna-se uma responsabilidade de todos nós. É hora de agir, de proteger nossas raízes e de garantir que a história de Mauriti e de tantos outros lugares não seja marcada pela destruição, mas pela preservação e pelo respeito à nossa natureza. 

Entre os municípios que lideram esse ranking sombrio, estão Acopiara (2.160,46 hectares), Mombaça (1.844,22 hectares), Jucás (1.422,69 hectares), Araripe (1.252,46 hectares) e Mauriti (1.085,59 hectares).


Outro dado mostra que o Ceará foi o 4º estado brasileiro com mais alertas de desmatamento em 2024. O volume aumentou 66,6% em relação ao ano anterior. Agora, o estado se junta ao Pará, Acre, Bahia e Amazonas, que juntos concentraram mais de 60% dos alertas emitidos no país e respondem por 36% da área desmatada.

A Caatinga, bioma que cobre todo o território cearense, teve o maior episódio único de desmatamento registrado no Brasil em 2024: uma área de 13.628 hectares foi devastada de uma só vez. Isso representa um salto de 188,1% em relação ao maior evento do ano anterior, que foi de 4.730 hectares.

Além disso, o relatório do Monitor de Fiscalização do Mapbiomas revelou que, dos 125.971 hectares desmatados no Ceará em 2024, apenas 22,48% tiveram algum tipo de autorização (18.721 hectares) ou foram alvos de ações de fiscalização (11.444 hectares). No caso específico da Caatinga, somente 23,6% da área devastada contou com autorização ou fiscalização e apenas 5,8% dos alertas tiveram alguma resposta administrativa. Este é o menor índice entre todos os biomas do Brasil.

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