
O PDT decidiu romper com o Governo Lula após perder o comando do Ministério da Previdência Social em meio ao escândalo de desvio de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas. A informação foi antecipada, na tarde desta terça-feira (6), pelo portal UOL. O então ministro Carlos Lupi, indicado pelo PDT, não resistiu e caiu.
Quase R$ 4 bilhões foram surrupiados das contas dos beneficiários do INSS ao longo dos anos de 2023 e 2024, justamente, na gestão de Carlos Lupi. Após a saída de Lupi, o cargo ficou com Wolney Queiroz, também, do PDT, mas nome escolhido pessoalmente pelo presidente Lula.
O então ministro da Previdência Social se transformou no alvo de desgastes, perdeu força e gerou constrangimento à gestão federal porque ignorou os pedidos de investigações sobre a onda de denúncias de descontos indevidos nos benefícios previdenciários.
ROMPIMENTO E INDEPENDÊNCIA
Lupi recebeu o convite para deixar o cargo, na última sexta-feira, durante reunião com o presidente Lula. A saída de Lupi gerou críticas entre os pedetistas e a bancada, formada por 17 deputados federais, decidiu, nesta terça-feira (6), deixar a base de apoio ao Governo Lula.
A decisão foi anunciada pelo líder da bancada na Câmra Federal, Mário Heringer (MG). “Neste momento, estamos nos colocando em posição de independência. O PDT na eleição anterior ofereceu alternativa para a Presidência e a gente acha que podemos oferecer alternativa também para 2026”, disse Heringer, ao deixar o recado que o PDT apresentará candidato ao Palácio do Planalto.
Após o comunicado do líder do PDT, a ministra Gleisi Hoffmann (PT), Secretária de Relações Institucionais, anunciou que pretende se encontrar com toda a bancada para tentar reverter a posição. “Respeitamos o posicionamento da bancada e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, disse Gleisi, articuladora política do Governo Federal.
Embora com a sinalização de rompimento, o afastamento do PDT não é unanimidade entre todos os integrantes da bancada na Câmara Federal. Em tom mais moderado, alguns deputados consideram que a ”linha de independência” não significa oposição ao Governo e que os projetos identificados comas diretrizes da legenda terão apoio do partido no Legislativo.