Indígenas fecham BR- 222 em cobrança por acordos firmados com o DNIT

Blog do  Amaury Alencar
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Veículos de emergência como ambulâncias estão sendo liberados

Veículos de emergência como ambulâncias estão sendo liberados Crédito: Iago Barreto



 “Todas essas três etnias estavam em comum acordo para que a obra aconteçesse. Reitero: os povos indígenas não são contra o progresso, mas infelizmente o Dnit não cumpre com sua parte”, explica o presidente da Organização dos Velhos Troncos do Povo Anacé, Nedson Lima.

Carros com pacientes, viaturas da Polícia e dos Bombeiros não estão sendo impedidos de trafegar. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE) estão no local 

Indígenas dos povos Anacé, Tapeba e Pitaguary fecham o KM 23 da BR-222 na manhã desta terça-feira, 19, no município de Caucaia, a cerca de 20 km de Fortaleza. Segundo manifestantes, o ato é realizado para a cobrança de acordos não cumpridos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) na duplicação da rodovia federal. O trecho da via está interditado e a CE-085 é indicada como rota alternativa.

De acordo com os indígenas, o órgão teria prometido a construção de uma casa de farinha, uma passarela e um posto de saúde, como contrapartida para utilizar terras indígenas na duplicação da BR.

acompanhando o ato. A recomendação da PRF é de que, para evitar grandes engarrafamentos, motoristas de caminhões e carros de passeio utilizem a CE-085 como rota alternativa para acessar ou retornar da região norte do estado.

O POVO procurou o Dnit para mais informações sobre o acordo, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Os manifestantes também afirmam que o acordo previa o repasse de recursos para a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), que se tornaria a responsável pela execução das obras.

Sem a liberação desses recursos, eles reclamam das condições precárias de atendimento à saúde. Segundo eles, melhorias como a construção do posto em terra Japuara, poderiam solucionar diversos problemas do cotidiano.

“Os nossos parentes estão sendo atendidos pelos médicos em região insalubre, dentro de casas emprestadas. Aí a gente vai imaginar a situação: um ginecologista chega e vai atender uma mulher dentro de um quarto que não tem a mínima condição de atendimento, um dentista atendendo crianças e adultos debaixo de árvores… Tudo isso porque uma obra que era pra ter sido iniciada lá em 2013, nós já estamos em 2023 e a construção dessa obra não sai”, completa Nedson.


                                              O povo 

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