A equipe da transição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer mudanças na atuação da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com redução da área de atuação da estatal. Um dos focos de crítica é a expansão da área de abrangência da Codevasf. A empresa ganhou o noticiário por ser usada com intensidade para escoamento de recursos das emendas parlamentares do orçamento secreto. Há, porém, forte resistência entre parlamentares, para redesenhar a atuação da estatal.
CRITICA DE CAMILO
Integrante da equipe de transição do Governo, o senador eleito Camilo Santana (PT) é um dos críticos do modelo de atuação da Codevasf, que deve ter as suas atenções voltadas exclusivamente para estados sem qualquer relação com as bacias hidrográficas atendidas pela empresa.
‘’Ampliaram a área de atuação da Codevasf para atender demandas de parlamentares. Por isso, aumentaram tanto os recursos do Ministério (do Desenvolvimento Regional) com as emendas de relator (base do orçamento secreto)’’, afirma Camilo Santana, defensor de maior transparência na aplicação dos recursos do orçamento da União.
A ideia do senador Camilo Santana, que pode fortalecer a Codevasf na área do Rio São Francisco, encontra resistência entre deputados federais e senadores que querem preservar o atual modelo de atuação da empresa. Esse modelo foi instituído no atual Governo para atender a pressões de parlamentares.
Camilo sabe da resistência e observa que ‘’qualquer mudança precisa ser discutida dentro do governo e com o Congresso, para não prejudicar a própria população’’. Criada em 1974, a Codevasf atua, hoje, em 15 estados e, também, no Distrito Federal.