Deputados sugerem ações para derrubar argumentos de defensores da volta do voto impresso

Blog do  Amaury Alencar
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Para Elmano, o voto impresso poderia ser instalado em algumas urnas, por amostragem. Foto: ALECE/Arquivo.













Diante das repetidas críticas ao sistema de votação eletrônico existe no Brasil por parte do presidente Bolsonaro e seus aliados, deputados estaduais cearenses repercutiram esta semana a questão, inclusive trazendo ideias de como minimizar qualquer possibilidade de reclamação futura do presidente da República.

Para Elmano Freitas (PT), é legítimo que alguém defenda o voto impresso. Ele lembra, inclusive, que o Partido dos Trabalhadores já foi contrário ao voto eletrônico.

“O PT foi contra, o PT foi sendo convencido pela garantia da transparência, pela possibilidade, em todas as etapas do voto eletrônico, de se ter auditagem, inclusive pelos partidos. Mas eu acho que nós estamos em um debate da política e, em um debate da política, é importante que as forças políticas possam encontrar um consenso para que ninguém depois de uma eleição vir alegar que houve fraude. Isso não é bom para a democracia”, explica.

Para o petista, o voto eletrônico é uma conquista para a população brasileira, mas talvez seja possível chegar a um entendimento sobre a questão do voto impresso.

“(Antes do voto eletrônico) nós conhecíamos várias situações de corrupção, de sumir com votos nas urnas, mas eu entendo que é possível nós chegarmos a um entendimento sobre a matéria. Nós podíamos manter o voto eletrônico e ter umas urnas, por amostragem, com o voto impresso, para que se não tenha nenhum tipo de questionamento da legitimidade do processo eleitoral que teremos em 2022. Eu acho que aqueles que defendem a democracia, é importante que nós façamos um entendimento, para que todas as forças políticas do país tenham confiança no seu sistema político-eleitoral”, acrescenta.

O deputado acredita não haver nenhum indício de fraude nas urnas eletrônicas, mas entende que este tipo de questionamento, tão repetidamente levantado pelo presidente Bolsonaro e seus aliados, faz parte de uma estratégia para, se perder a eleição, dizer que perdeu por fraude.

“Então, nós temos que retirar qualquer discurso de dizer que quem perdeu, perdeu por fraude. E eu tenho convicção de que Bolsonaro vai perder a eleição em 2022, eu não quero que ele tenha nenhuma chance, porque ele sabe que não tem fraude, mas ele quer utilizar algo para dizer que pode haver, mesmo sabendo que ele foi eleito neste mesmo sistema”, concluiu o parlamentar.

Hackers

Para Heitor Férrer (SD), caso ele fosse ministro do TSE, perguntaria ao presidente Bolsonaro se ele tem provas de que as eleições são fraudáveis. Diante da potencial negativa, sugeriria a opção de contratar os melhores hackers do mundo para uma eleição em um pequeno município brasileiro, a escolha do presidente, com eleição para prefeito e vereador. Assim, Bolsonaro indicaria um nome sem votos para cada cargo, para que estes hackers do mundo todo fraudarem o sistema de urna eletrônica, assim provando serem fraudáveis as eleições.

“Só tem essa maneira. Porque esse discurso de que a urna eletrônica é vulnerável, isso é um discurso retrógrado, sem consistência, sem fundamento, que não se sustenta”, argumenta.

Heitor Férrer propõe realização de uma eleição/teste municipal para atestar a segurança das urnas eletrônicas. Foto: ALECE.

Sobre as alegações de que o voto impresso poderia fazer voltar práticas antigas de coação para que se vote em determinados candidatos, Férrer lembra que este voto impresso defendido não significa que o cidadão levará o voto impresso para casa.

“O voto não fica na mão do eleitor, ele é depositado para possível questionamento do resultado. Você não vai ter como encabrestar alguém por um voto que está ali guardado para a Justiça Eleitoral, mas cria a possibilidade de toda vez haver pedido de recontagem de votos, então será uma eleição que não vai ter fim. E é isso que, certamente, o presidente da República vai querer”, argumenta.

Heitor concorda que as alegações de Bolsonaro são para justificar uma possível derrota. “Ele já diz claramente que, se for derrotado, é porque foi fraudado o sistema. Se ganhar, não foi? Porque quem frauda o sistema é quem está no poder. Eu nunca ouvi falar em um sistema fraudado por quem não no poder, a oposição ganha, como ele ganhou”, concluiu.


        Blog do Edison Silva 

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