Choque e tristeza marcam velório de vítimas de tragédia em Santa Catarina

Blog do  Amaury Alencar
0
Moradores da cidade prestam homenagem às vítimas do ataque à creche

Moradores da cidade prestam homenagem às vítimas do ataque à creche

WILLIAN RICARDO/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO - 05.05.2021


O velório das cinco vítimas do ataque à Escola Infantil Pró-Infância Aquarela na cidade de Saudades, em Santa Catarina, nesta quarta-feira (5), foi marcado pelo choque e a tristeza de familiares e moradores do município de 10 mil habitantes. Mais de mil pessoas estiveram na cerimônia de despedida.

 A cerimônia ocorreu no Parque de Exposições Theobaldo Hermes. Os corpos das três crianças, da professora e da agente educativa chegaram por volta das 3h ao parque, que funciona no ginásio. Moradores de toda a cidade estiveram presentes para homenagear as vítimas.

O agressor passou por cirurgia, está internado em estado grave e deve ser ouvido pela polícia assim que tiver condições. Também está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica um bebê que foi vítima do ataque. É um menino de 1 ano e 8 meses que passou por cirurgia na região do pulmão.

Na manhã de terça-feira (4), um jovem de 18 anos invadiu a escola infantil e berçário, no bairro Industrial, em Saudades, e matou cinco pessoas. A informação foi confirmada pela Polícia Militar de Chapecó e pela Secretaria Municipal de Educação do município.

Sem histórico criminal, o adolescente foi até o local de bicicleta. Ao entrar na creche, atacou a professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos com uma catana, uma espécie de espada ninja. Mesmo ferida, ela conseguiu correr para uma sala onde estavam quatro crianças e uma funcionária da escola, para alertar sobre o perigo.

O rapaz, então, teria atacado as crianças que estavam na sala e a agente educativa Mirla Renner. Duas meninas de menos de dois anos e a professora morreram no local. Outra criança e a agente educativa morreram no hospital.

A secretária de Educação de Saudades (SC), Gisela Hermann, relata que, assim que soube da notícia, foi uma das primeiras pessoas a chegar no local. "Muito sangue. É uma cena de terror, de horror... fiquei muito abalada", afirmou. Um funcionário da prefeitura afirmou que os pais das vítimas estavam em choque nos hospitais.

Três crianças e duas mulheres morreram no ataque. A professora Keli Adriane Anieceviski, de 30 anos, trabalhava na Escola Infantil e Berçário Pró-Infância Aquarela. As três crianças que morreram no ataque são: Sarah Luiza Mahle Sehn, de 1 ano e 7 meses, Murilo Massing, de 1 ano e 9 meses, e Anna Bela Fernandes de Barros, de 1 ano e 8 meses. A quinta vítima é Mirla Renner, de 20 anos, uma agente educativa da instituição de ensino.

De acordo com o delegado Jeronimo Marçal Ferreira, o agressor "tem aquele perfil de se trancar no quarto e ninguém saber o que ele está fazendo no computador", sofria bullying na escola e maltratava animais. Na noite de terça-feira (4), o delegado participou de uma coletiva com autoridades locais para falar sobre o crime e a fase inicial de investigações.

Segundo a Polícia Militar, o autor do ataque tentou suicídio ao golpear o próprio pescoço, abdômen e tórax e está internado em Chapecó em estado gravíssimo. Ele recebe atendimento sob escolta policial.

Policiais fizeram buscas na casa do adolescente e apreenderam um computador, embalagens das duas armas utilizadas e R$ 11 mil em dinheiro. Equipes policiais de pelo menos quatro municípios de Santa Catarina participam das investigações e das buscas. Uma perícia foi realizada no local e na casa do suspeito.

Segundo a polícia, o suspeito estava no Ensino Médio, trabalhava numa confecção de roupa, guardava dinheiro e foi descrito por familiares como quieto, não saía com ninguém e tinha se afastado de amigos. Ele mora com os pais, a irmã e a avó. A motivação para o crime ainda não foi descoberta.

A prefeitura decretou luto de três dias após a tragédia. As aulas em escolas municipais serão retomadas na segunda-feira (10). A governadora Daniela Reinehr (sem partido) afirmou que 25 psicólogos foram mobilizados para o atendimento das famílias. "Acredito que toda a comunidade está passando por uma situação dificil", declarou. "Difícil não só pra cidade, pro estado, mas o Brasil inteiro está sofrendo neste momento. Minhas condolências, meu carinho, meu abraço a todas as famílias."

                                   R7 

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)