"Uma CPI pode servir para sensibilizar as multinacionais para o aumento da oferta", afirma presidente da Aprece

Blog do  Amaury Alencar
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Uma apuração oficial sobre supostas irregularidades no fornecimento de oxigênio a municípios do Ceará pode ser positiva para sensibilizar as empresas responsáveis pela produção do item essencial aos pacientes de Covid-19. Essa é a avalição de Júnior Castro, prefeito de Chorozinho e presidente da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece).

 "Essa situação da CPI pode servir para alertar os dirigentes dessas empresas multinacionais que detém esse poder de ofertar oxigênio de terem a sensibilização da necessidade do aumento dessa oferta. É um contrassenso ter a maior planta da América Latina aqui no nosso Estado e ver os municípios passarem por essa dificuldade", afirmou Castro em entrevista à rádio O POVO CBN na manha desta quarta-feira, 24. Ele se referia à iniciativa do deputado estadual Guilherme Landim (PDT), que iniciou coleta de assinaturas para apresentar proposta de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa.

"Os municípios que tem em suas sedes poucos cilindros estão em maior sofrimento porque estão tendo que recarregar a toda hora", expõe Castro. "Alguns municípios tem no seu estoque oito cilindros e isso era suficiente anteriormente, inclusive na pandemia passada. Agora oito cilindros não estão sendo suficientes para um dia de uso nas suas unidades hospitalares."

Doação de oxigênio

Nessa terça-feira, 23, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto de lei complementar que possibilita ao Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), adquirir e distribuir oxigênio para unidades de saúde em cidades do Interior. Segundo o presidente da Aprece, com quem a doação foi articulada, "ação já está sendo realizada desde a semana passada e a lei tem efeitos retroativos tendo em vista a urgência".

"O governo do Estado contratou uma empresa e ela está doando esse oxigênio para os municípios. Essa empresa pega o oxigênio líquido no Porto do Pecém, na planta da White Martins; leva para a sua sede, na Messejana; converte o oxigênio líquido em gás e distribui para os municípios que estão com dificuldade de abastecimento pelos seus fornecedores", detalha. "Alguns estão com seu abastecimento normal, mas aqueles que estão com dificuldades estamos encaminhando para essa empresa fazendo a recarga dos seus cilindros."

Castro enfatiza o aumento da demanda durante esta segunda onda da pandemia. "Antes os pacientes, especialmente nos municípios menores, eram atendidos, estabilizados e remetidos para outras unidades de maior complexidade em no máximo 24 horas. Hoje isso está tendo uma dificuldade, devido à alta incidência do coronavírus e à alta necessidade de internação. Esses pacientes estão ficando mais de semanas e com necessidade de uso contínuo de oxigênio", aponta. "As empresas não estavam preparadas para isso. Só após a intervenção do Governo do Estado a gente percebeu uma melhora, que ainda é gradativa.

                                   o Povo 

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