Novo disco de Fagner, “Serenata” traz repertório de serestas e clássicos da MPB, em homenagem ao irmão Fares Lopes

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Por Naara Vale, de O Otimista 

Só quem já se apaixonou sabe o poder que uma música romântica tem de fazer o coração disparar. Raimundo Fagner não tinha nem idade de se apaixonar quando começou a ouvir o romantismo cantado pelo irmão Fares Cândido Lopes, seresteiro que lhe influenciou na música e na paixão pelo futebol. “Me criei ouvindo ele cantar com Evaldo Gouveia, grande compositor da MPB que era nosso vizinho e afilhado de meus pais. Na minha infância eu ouvia música de adulto, grandes seresteiros, especialmente Silvio Caldas, a quem considerava o maior”, lembra o cantor.

É ao irmão que Raimundo Fagner dedica o seu novo álbum, “Serenata”, lançado nesta sexta-feira (18), pela gravadora Biscoito Fino. A seleção feita em parceria com o produtor musical José Milton resgata serestas e clássicos da música popular brasileira gravados originalmente por grandes vozes da Era do Rádio, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, Orlando Silva e Vicente Celestino.

O disco traz ainda canções clássicas de Pixinguinha, com a música Rosa; Cartola, com As Rosas não Falam, já gravada em outras ocasiões por Fagner; Vinícius de Moraes, com Serenata do Adeus; Chico Buarque, com Valsinha – em parceria com Vinícius; entre outros compositores. Dele, em parceria com Belchior, Fagner regrava Mucuripe, canção de 1972 que ajudou a impulsionar a carreira do artista para o Brasil todo.

Grandes ídolos

Em outubro, o cearense deu ao público uma mostra do lirismo que estava por vir em “Serenata” com o lançamento, nas plataformas digitais, do single “Lábios que Beijei”, primeiro grande sucesso de Orlando Silva, em 1937. Mais recentemente, ele apresentou aos fãs o single que dá nome ao álbum, “Serenata”.

Graças à tecnologia, a canção traz um dueto entre Fagner e Nelson Gonçalves, tendo como base a voz original da gravação que Nelson lançou em 1991. Mais um sonho que o cearense realiza e mais uma homenagem que ele presta com o novo trabalho. “O duo com o grande Nelson é um raro momento de emoção com o milagre da tecnologia. Fomos amigos, mas ele era meu ídolo”, diz o compositor.

Ele conta que começou a fazer seresta com as canções de Nelson, mas que a relação dos dois não começou muito bem, ao receber duras críticas do ídolo após estourar com a música Noturno (Coração Alado). “Até que um dia o Nelson me apareceu no estúdio da Som Livre, com o produtor José Milton, me convidando pra gravar no disco “Eu e Eles”. Sentamos no mesmo banco do piano pra tirar o tom de Mucuripe. A partir daí, nossa amizade era como a de dois adolescentes”, destaca Fagner.

Segundo Fagner, a ideia do projeto é antiga e confere aos profissionais da Biscoito Fino, por onde lança trabalho pela primeira vez, o “toque de elegância” que carrega o álbum. Sobre a seleção certeira do repertório, ele dá sinais de que ainda há muito romantismo por vir. “Esse é um trabalho amadurecido com o tempo e o conhecimento do produtor [José Milton] foi fundamental na escolha. Mas não deixa de ter ficado muita coisa de fora. Quem sabe um volume 2?”, lança o cantor.

Serviço:

“Serenata”

Novo disco de Raimundo Fagner

Quanto: R$ 42,40

Disponível também nas plataformas digitais

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