Cariri: Crato e Iguatu estão com 100% dos leitos de UTI ocupados

Blog do  Amaury Alencar

Cariri: Crato e Iguatu estão com 100% dos leitos de UTI ocupados

Assim como registrado nas outras regiões do Estado anteriormente, o Cariri enfrenta aumento de casos da Covid-19 e, consequentemente, alta ocupação de leitos de UTI. A macrorregião registra 81,38% dos leitos de alta complexidade ocupados. O municípios de Crato e Iguatu estão em situação mais grave, com 100% de ocupação. Os dados são da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), às 20h03min de ontem, 20.
Juazeiro do Norte, onde fica localizado o Hospital Regional do Cariri, unidade de referência na região, está com 84,62% de ocupação nas UTIs. No caso dos leitos de enfermaria, a ocupação é de 67,8%. A macrorregião, no Sul do Estado, é o atual foco de preocupação devido ao aumento de casos confirmados, além da ocupação dos leitos de internação. São 15.762 diagnósticos positivos nos 45 municípios que abrange. O que corresponde a 10,6% das confirmações registradas no Ceará.
O aumento expressivo de casos se deu a partir do mês de junho no Crato. Segundo André Barreto, coordenador do Comitê de Combate à Covid-19 do Crato, as estatísticas também refletem o aumento da testagem para a Covid-19 no município. O pico de atendimentos no Hospital Regional do Cariri (HRC) foi registrado entre os dias 6 e 12 de julho, com 122 novos pacientes por dia, em média.
"Na semana seguinte, a gente teve uma queda. Mas ainda é pouco tempo para definir uma tendência. Precisamos observar o comportamento da semana até o dia 27, para ver se a queda de atendimentos vai continuar acontecendo", afirma. Tivemos um "discreto aumento" na média de ocupação dos leitos gerais de Covid-19 no Crato. Segundo ele, não há fila de espera pois os pacientes estão sendo encaminhados para o HRC.
Conforme a Sesa, na última ampliação de leitos na região foram distribuídos 109 novos respiradores, sendo 50 para o HRC e 59 para outras unidades de saúde do Cariri.
O Ceará registra 147.818 casos de Covid-19 e 7.256 mortes em decorrência da infecção. Foram 440 novos casos confirmados e 77 mortes a mais que o registrado no domingo, 19. São 122.320 pacientes recuperados do novo coronavírus no Estado. Isso representa 82,75% dos casos confirmados até agora. O Estado tem 72.494 casos em investigação. A taxa de letalidade de 4,9% (relação entre o número de casos da patologia e as mortes causadas pela doença).
Fortaleza concentra o maior número de casos no Estado, com 39.891 confirmações da doença e 3.613 óbitos. Os registros correspondem a 26,9% e 49,7% com relação aos números do Ceará, respectivamente. Em seguida vem Sobral (8.953 casos e 268 mortes), na região Norte; Caucaia (4.722 casos e 302 óbitos), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF); e Juazeiro do Norte (4.703 casos e 177 mortes). (Colaborou Luciano Cesário/CBN Cariri)
 
Merenda
A Prefeitura de Fortaleza iniciou ontem a quinta etapa de distribuição de kits de alimentação aos 231 mil alunos da Rede Municipal de Ensino. A distribuição acontece nas unidades escolares.
Paciente de número mil recebe alta no Hospital de Campanha do PV
O hospital de campanha do Estádio Presidente Vargas atingiu ontem, 20, a marca de mil altas hospitalares desde 18 de abril, data que recebeu o primeiro doente com a Covid-19. Maria José da Silva Barbosa, de 77 anos, foi a milésima pessoa a voltar para casa após cinco dias internada, período no qual mantinha contato com os familiares por meio de vídeo chamadas diárias propiciadas pelo hospital.
"Estou muito feliz porque vou para casa, estava com saudades da minha família", disse a idosa, que é hipertensa e foi internada após apresentar sintomas como febre e tosse. "Tive muito medo. Somos só nós duas e, pela idade avançada, ela estava no grupo de risco", afirmou Karen Barbosa, filha da paciente.
Construído em menos de 30 dias, o Hospital de Campanha completou três meses de atuação, registrando, até ontem, 1.228 atendimentos de casos de baixa e média complexidade. "O pico da epidemia em Fortaleza foi no final de abril e começo de maio, ou seja, o hospital de campanha foi entregue à população no momento em que ela mais precisou", destacou Joana Maciel, titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), presente na pequena celebração que reuniu alguns familiares da paciente, imprensa e funcionários do hospital.
"Chegamos a receber, em maio, 48 pacientes em um único dia. O trabalho das equipes foi incrível. Eles foram contratados em tempo recorde e não se conheciam, mas se integraram e atuaram juntos para chegar na alta dessa milésima pessoa", lembrou.
Até a tarde de ontem, a unidade do PV estava com 32 pacientes, mas com capacidade para receber 280. Segundo a secretária, apesar da diminuição do número de casos e óbitos, os leitos e equipamentos não serão desativados no momento em virtude do receio do aumento de novos contágios locais e da possibilidade de transferência de pacientes vindos do Interior.
"Apesar dos indicadores de Fortaleza estarem bons, vamos seguir com os 280 leitos equipados e prontos. Todo o trabalho que fizemos deixa como legado a experiência de gestão de crise e plano de contingência. Outro legado foi a aquisição de equipamentos hospitalares. Fortaleza, diferentemente de outros municípios do mesmo porte, como Salvador, Recife e Belo Horizonte, tem 10 hospitais próprios, ao passo que os outros têm no máximo dois. Vamos fazer uma revolução tecnológica na rede, que já vinha sendo ampliada", afirmou. (Flávia Oliveira)
 
Postos de saúde de Fortaleza retomam 100% das consultas e exames
Postos de saúde de Fortaleza voltaram ontem, 20, ao funcionamento pleno. A retomada se dá nos atendimentos de rotina, já que o atendimento de grupos prioritários (como gestantes e pacientes com doenças crônicas), os serviços de pré-natal e a vacinação não pararam. Os agendamentos de consultas e exames laboratoriais ocorrem diretamente nas unidades ou por meio dos agentes de saúde.
Conforme O POVO apurou, circulando por algumas das unidades de saúde, atendimentos emergenciais de pacientes com sintomas de Covid-19 têm tido menores demandas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), de 22 de junho (quando o retorno gradual dos atendimentos começou) até 5 de julho, foi registrada uma média de 4,5 mil atendimentos diários nas unidades. O número compreende assistência de rotina e serviços agendados. Nesse mesmo período, casos de síndromes gripais diminuíram e chegaram a uma média de 450 atendimentos semanais.
Ainda segundo a SMS, na última semana os postos registraram mais de 40 mil agendamentos especializados. As principais demandas são acompanhamentos de pacientes em reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor, fisioterapia motora e mamografia para rastreamento do câncer, além de consultas de oncologia clínica e oftalmológicas. "No enfreamento à Covid-19, as equipes dos postos tiveram papel fundamental. Agora é chegada a hora de retomada de todas as atividades. Para quem é hipertenso, diabético ou de tenha qualquer outra doença, volte e faça seu acompanhamento", recomenda a secretária Joana Maciel.
Na manhã de ontem, o posto Santa Liduína, no Parque Araxá, tinha movimentação tranquila. Na porta, um agente de saúde instruía os pacientes que chegavam. De acordo com a gestora do equipamento, nesse momento, a prioridade de agendamento é para o público que tinha consulta ou exame marcado no início do ano, mas foi cancelado devido à pandemia.
Já na unidade Carlos Ribeiro, no bairro Jacarecanga, houve aglomeração de pacientes. Por volta das 10h20min, havia fila de pacientes aguardando que a unidade passasse por uma limpeza na entrada. A aposentada Luzia Moreira, 60, havia chegado ao posto às 9h30min e ainda estava na fila. "Hoje é a primeira vez que venho no posto nos últimos meses. Vim porque soube que estava aberta a agenda da minha médica. Para marcar para mim e para a minha irmã", contou Luzia se referindo ao atendimento por clínico geral.
De acordo com a gestão do local, todas as medidas de uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento estão sendo tomadas. A unidade está adotando também uma divisão por equipes para evitar aglomerações. No entanto, algumas pessoas relataram ter chegado às 8 horas para buscar medicamentos e reclamavam de demora. Apenas um profissional atendia a essa demanda.
O POVO também esteve no postos de saúde Dr. Paulo de Melo Machado, no Monte Castelo e Francisco Domingos da Silva, na Barra do Ceará. Em ambos o atendimento era tranquilo e sem filas. (Com Ismia Kariny)