
A nossa democracia é muito recente, pouco tempo contínua. Ela requer um aprendizado, e o mecanismo de afastar, pressão, impeachment, sempre foi usado por forças dominantes no país”, disse em entrevista ao UOL para os colunistas Carla Araújo e Tales Faria.
Hoje, mais de 30 pedidos de impedimento repousam na mesa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). É exclusivamente dele o poder para dar abertura ou não ao processo de impeachment. Ao UOL, no entanto, Maia afirmou que o assunto tem de ser tratado com “cuidado”.
“O povo elege e acabam afastando. Como regra, eu sou contra [o impeachment de um presidente], não é específico do Bolsonaro, só em extremidade, desonestidade. Tem coisas que encostam perto dele e começam a justificar. Mas, pelo exotismo ou despreparo, temos que pagar um preço”, disse Cid.
Na entrevista, Cid Gomes classificou o presidente como um “despreparado que quer mandar”, e afirmou que seu julgamento deve ser feito pela sociedade e não com “um paredão, uma baioneta e um fuzil”.
A repulsa a Bolsonaro, diz Gomes, pode fazer com que as pessoas sintam vergonha em pensar como o presidente.
“É o bem que eu acho que o Bolsonaro fará ao Brasil. O gueto nazista, fascista, egoísta, direitista, doente, tem que voltar a ter vergonha de expor suas opiniões, como era há muito pouco tempo”, argumentou o senador.
Ao ser questionado sobre o episódio em que foi baleado enquanto investiu contra um batalhão com uma retroescavadeira em Sobral, no Ceará, em fevereiro deste ano, ele comentou que os filhos do presidente estiveram no local dias antes e deu a entender que os policiais amotinados no estado foram influenciados por eles.
CN7