Pandemia: operação investiga corrupção em contrato sem licitação no DF
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personBlog do Amaury Alencar
maio 17, 2020
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Com o objetivo de apurar irregularidades em contratação emergencial,
sem licitação, firmadas pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal
(SES-DF), foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (15) a Operação
Grabato. A suspeita é de que tenha havido direcionamento do contrato. Reprodução
As irregularidades, inicialmente detectadas pelo Ministério Público,
estão relacionadas à contratação – durante o período de emergência
sanitária em razão da pandemia de covid-19 – de empresa para
gerenciamento de aproximadamente 200 leitos no hospital de campanha
construído no Estádio Nacional Mané Garrincha, com inauguração prevista
para os próximos dias. O contrato é de aproximadamente R$ 79 milhões.
Também estão sendo investigados os procedimentos de contratação de
empresa para gerir as UTIs do Hospital da PMDF e de aluguel de
ambulâncias, ambas relacionadas aos esforços de enfrentamento à
pandemia.
A suspeita é que a empresa contratada tenha se aproveitado da
situação de calamidade para, com a participação de servidores públicos,
burlar as regras legais e firmar contrato com a Secretaria de Saúde
causando prejuízo aos cofres públicos.
A investigação é comandada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e
pela Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado
da Polícia Civil do Distrito Federal , em conjunto com a Promotoria de
Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social e a Promotoria de
Justiça de Defesa da Saúde, do Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT).
Operação
Na ação de hoje foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão
nas regiões de Taguatinga, Asa Norte, Setor de Indústria e Abastecimento
(SIA) e Lago Sul, em empresas e residências de empresários e do
servidor público envolvido, bem como na Subsecretaria de Infraestrutura
em Saúde da SES-DF, responsável pela contratação.
Nas diligências, o alvo dos investigadores eram elementos para
subsidiar as investigações em andamento que, segundo a CGU “apontam, até
o momento, para a ocorrência dos crimes de inobservância deliberada das
formalidades pertinentes à dispensa de licitação e estelionato contra a
administração pública que, após análise do material apreendido, podem
chegar a outros crimes e à quantificação do prejuízo ao erário”.
Participaram da operação de hoje 40 policiais civis, entre delegados,
agentes, escrivães e peritos criminais, além de promotores e analistas
do MPDFT e dois auditores da CGU, todos utilizando equipamentos de
proteção individual (EPIs) que também foram fornecidos às pessoas que se
encontravam nos locais alvos das buscas como medida de prevenção à
disseminação do novo coronavírus.