MP do Rio recebeu 36 denúncias de igrejas que descumpriram quarentena

Blog do  Amaury Alencar
 Desde a semana passada, o Ministério Público do Rio recebeu 36 denúncias contra igrejas e locais de culto de diferentes matizes religiosas em todo o estado que continuaram reunindo pessoas e provocando aglomerações mesmo após o decreto do governo do estado impedir o funcionamento desses locais devido ao combate ao novo coronavírus.

 Antonio Scorza / Antonio Scorza
     foto >  O globo

 Ao menos 27, reportam casos de igrejas evangélicas. Os dados obtidos pelo GLOBO mostram 16 casos na capital e outros 20 no interior e região metropolitana.

Depois da cidade do Rio, Duque de Caxias é a que mais recebeu denúncias, em um total de   seis. Há casos reportados ainda em Volta Redonda, Barra do Piraí, Araruama, Campos dos Goytacazes, Resende, Niterói, Nova Iguaçu e Cabo Frio. As denúncias foram reunidas entre os dias 16 e 25 de março pelas promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital e do interior organizados pelo Centro de Apoio Operacional das mesmas, o CAO-Cidadania.

Os promotores acompanham o cumprimento das medidas restritivas impostas pelo governo do estado desde a edição do decreto de emergência em saúde pública editado no último dia 16 de março de 2020. O primeiro caso de descumprimento que gerou briga na Justiça foi o do pastor Silas Malafaia que afirmou que "nenhum governador" iria suspender seus cultos. No último dia 22, o desembargador Sérgio Seabra Varella, do plantão judicial, proibiu os cultos de Malafaia na igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

- A maioria dos casos que chegaram é de igrejas e sob as mais diversas lideranças. Nossa estratégia de trabalho é agir em termos globais, porque seria pouco efetivo se a gente entrasse com uma medida contra cada uma. A gente chegou a entrar com uma ação, que foi a do Silas Malafaia, e conseguimos a liminar no tribunal. O desembargador realmente proibiu ele de realizar os cultos sob pena de multa diária - explicou promotora Anna Carolina Vieira Lisboa, titular da 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania da Capital, que auxiliou na coordenação da atuação dos promotores.


o Globo