O caso de assédio ocorreu em dezembro do
ano passado, no distrito de Jaibaras. Angelina Duarte do Nascimento
(35), tia da vítima, de 11 anos de idade, procurou o Conselho Tutelar
após descobrir trocas de conversas, por texto, e fotos da sobrinha nua,
no celular da menina, conectado ao facebook. O crime, previsto no ECA,
prevê reclusão de quatro a oito anos.
A mulher diz que ficou enojada com a
situação. A criança, a pedido do predador sexual, mostra o corpo inteiro
e as partes íntimas, quando o homem pergunta à menina: “Tu já deu pra
alguém? Abre as pernas aí, e bate bem pertinho pra mim ver”, pede o
acusado, com o rosto identificado pela foto do perfil do aplicativo de
conversa. Ele é assistente municipal de saúde, lotado no Centro de
Referência em Saúde do trabalhador (Cerest), em Jaibaras.
“Eu fiquei perturbada. Não sabia o que
fazer. Nunca imaginei que ela estivesse passando por isso”, revela
Angelina. “Desde recém-nascida, ela morava com minha mãe, no Jaibaras,
porque a mãe dela tem problemas com drogas. A avó dela ficou em choque. O
M sempre frequentou a casa, e tinha muita aproximação com elas”,
explicou a mulher”, que procurou o Conselho Tutelar de Sobral. De lá,
foram realizados todos os encaminhamentos à Justiça. Hoje, a criança,
por orientação da instituição, mora com a tia em Sobral, que tem sua
guarda judicial até ela ser levada para morar com a avó materna, ainda
este ano, no Maranhão.
Em busca de justiça, Angelina Duarte deu
entrada no Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher de Sobral, no
dia 10 de dezembro, dias após o ocorrido. Segundo o depoimento, o homem
“alegou que as fotos eram montagem, e que teria perdido seu celular há
um tempo. Em conversa com a vítima, a menor alegou que nunca havia
encontrado pessoalmente com ele; que também mantinha conversas com ela
pelo facebook”, diz o histórico do B.O..
Angelina Duarte, tia da vítima, aguarda pela Justiça (Foto: Marcelino Júnior).
“Depois de tudo, minha mãe procurou ele
para conversar. Eu não tive coragem de encarar ele. Nem sei o que faria
se visse esse homem na minha frente. Ele negou, disse que era montagem, e
que tinha perdido o celular. Mas não tem como negar; está tudo lá no
aparelho, que está na delegacia. Eu aguardo pela Justiça”, diz a mulher
emocionada.
Ainda segundo a tia da menina, “desde
que eu fiz a denúncia, todos ficaram contra mim; até a minha mãe. Estou
sozinha, mas não vou desistir. Ele tem que pagar pelo que fez. Destruiu a
vida da minha sobrinha e a minha família”, lamenta Angelina Duarte. As
partes envolvidas no caso já começaram a ser ouvidas pela delegada
Adriana Savi, à frente das investigações.
Fonte: SobralPost
Por Marcelino Júnior