Um
dos maiores desafios na saúde pública no Brasil é zerar a fila de
espera por cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que não são consideradas
de urgência ou emergência. No Ceará, embora o número de procedimentos
realizados tenha aumentado nos últimos três anos, cerca de 49 mil
pacientes aguardam, ainda, por uma avaliação no serviço cirúrgico,
conforme dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). O total
representa o número de pessoas registradas no sistema que primeiro
precisam da avaliação de um médico especialista para definir se o caso é
cirúrgico ou não. Outras 8 mil pessoas, no entanto, já estão com os
procedimentos agendados esperando serem chamadas.
Os
procedimentos mais demandados no Ceará são para cirurgias do aparelho
digestivo, órgãos anexos e parede abdominal; cirurgias do sistema
osteomuscular; do aparelho geniturinário; além dos procedimentos
ortopédicos e traumatológicos. O aumento de cirurgias eletivas pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) no Ceará ocorre desde 2017, conforme dados
da Sesa. Naquele ano, foram 31.444 procedimentos realizados, chegando a
39.947 no ano passado, crescimento de 27%. Nos 20 primeiros dias de
janeiro, 1.850 procedimentos foram concluídos.
Na
tentativa de melhorar o cenário em todo o País, o Ministério da Saúde
anunciou, no começo do mês, o repasse de R$ 250 milhões, sendo R$ 10,8
milhões destinados ao Ceará. O recurso foi anunciado como incentivo aos
municípios para zerar a fila de espera e diminuir o tempo daqueles que
aguardam por procedimentos agendados. Na lista, estão 53 procedimentos,
como catarata, varizes, hérnia, vasectomia e laqueadura, além da
cirurgia de quadril e joelho, entre outras com grande demanda reprimida
identificada.
ceará agora