A emoção tomou conta de todos na Praça
do Mercado de Assaré, enquanto era realizada 44ª edição do “Cordel Na
Feira”, um projeto construído em parceria entre a Secretaria Municipal
de Cultura de Assaré e o SESC Crato, que nesta segunda-feira, 9,
homenageou um dos maiores sanfoneiros do sertão cearense, Antonio Urso,
que há exatamente um ano, deixou o forró desfalcado, ao falecer em
trágico acidente.
Como
a cada edição o Projeto lança o cordel de um autor, com tema escolhido
pelo próprio, na feira de segunda, o tema da obra de autoria do poeta
popular, cantador e aboiador Manoel do Cego foi a vida de Antonio Urso
narrada em versos.
Nada
menos do que 22 sanfoneiros participaram, além dos instrumentistas de
cordas, percussão e voz. Por se tratar de homenagem a um acordionista, o
Cordel na Feira deste dia 9, se deteve em uma programação
exclusivamente sanfônica, quando se apresentaram os seguintes
profissionais puxadores de fole: Sandoval, Antônio da Serrinha, Adão
Modesto, Nicolas Santos, Tadeu da Serra, Dé de Belo, Raimundinho do Juá,
Marcelo Caldas, Seu Inácio, Damião do Acordeon, Tataira, Cildo
Bernardo, Chico pau Veio e Chico Simião. Pelas cordas o evento foi
representado por Giovane do cavaquinho, Maestro Erivan da Viola e Valter
do Cavaquinho. O renomado cantor assareense Alencar, também soltou a
voz em homenagem a Antonio Urso.
A
programação teve inicio às 7 e meia da manhã, com o cortejo de
artistas, que saiu da Banca de Manoel do Cego, dentro do Mercado,
acompanhando o secretário de Cultura Vavá Gois, os familiares do
homenageado, a viúva Raimunda e seus filhos. No palco o cortejo foi
recebido pela cantora Chaguinha que entoava a música ‘Vaca Estrela e Boi
Fuba’ de Patativa do Assaré, acompanhada pelos instrumentistas Valter do Cavaquinho e o mestre da Cultura Giovane do Cavaquinho.
Dominado
por forte emoção, o Secretário Vavá Gois, deu por aberta a programação,
enaltecendo o trabalho musical de Antonio Urso, que tocava por vocação,
sem imitar a ninguém, porque sabia dá o seu arranjo sobre as músicas
que selecionava para o seu repertório. “Antonio Urso sabia despertar na
alma do povo a verdadeira música nordestina”, disse o Secretário. A
palavra seguinte foi oferecida ao poeta Manoel do Cego, autor da
homenagem em versos ao inesquecível Antonio Urso. Dentro do espaço de
Manoel, o aboiador Ailton Panema também fez a sua homenagem ao imortal
sanfoneiro do Riacho do Urucu. Em seguida, o poeta e radialista Antonio
Rafael, em companhia do professor Luizão, apresentarm os sanfoneiros e
outros artistas que vieram contribuir para imortalizar Antonio Urso.
Participaram ainda das homenagens o Coral do Projeto AABB Comunidade. E uma Escola de Juazeiro do Norte, através da professora Elisangela Matias, veio conhecer o Projeto Cordel na Feira.
A Secretaria Municipal de Cultura mandou servir lanche aos presentes.
Quem foi?
Antonio
Bezerra de Oliveira, de alcunha Antonio Urso, nasceu em Cariutaba,
Município de Farias Brito. Começou a tocar profissionalmente com 15 anos
de idade. Por muitos anos residiu no distrito de Vila Nova, em Tarrafas
até voltar para a sua terra natal. Foi ele primeiro o sanfoneiro a
aderir corretamente a percussão do forró, ou seja: colocar a zabumba e
triângulo como instrumentos acompanhantes. Os outros só usavam o
pandeiro.