O entrevistado foi o médico assistente do Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Dr. José Gallucci Neto. Ele também dirige a unidade de Videoeletroencefalograma do Hospital das Clínicas da USP.
O médico explicou que, nos últimos quatro anos, o Acre registrou dezenas de casos de adolescentes que, após vacinação, apresentaram febre, mal-estar, desmaios e até convulsões. Porém, após os jovens serem examinados pela equipe médica do Instituto de Psiquiatria da USP, foi
constatado que os sintomas não tinham nenhuma causa biológica ligada à vacina. Tratava-se de outro problema médico: a Doença Psicogênica de Massa, resultado do medo da vacina.
Gallucci Neto explicou o que acontece no organismo de quem passa por uma situação de estresse e medo extremos e reforçou que a doença é de origem funcional, nada tendo a ver com fingimento ou forma de chamar a atenção.
Segundo ele, a doença é uma reação automática do organismo, como um alerta, uma defesa. E toda a situação foi intensificada por conta dos vídeos e mensagens compartilhados nas redes sociais, inclusive por movimentos antivacina. O médico reforçou que a vacina contra o HPV é segura e já foi aplicada em mais de 3 milhões de pessoas no mundo. Ele ressaltou, ainda, a importância da vacinação no estado do Acre, onde o Câncer do Colo do Útero é a principal causa de morte de mulheres, atualmente.