Logo no primeiro dia de provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, neste domingo, 3, estudantes
divergiram em relação ao possível resultado. Na saída da Universidade de
Fortaleza (Unifor), um dos maiores locais de prova na Capital, alguns
disseram ao O POVO estar confiantes com o próprio desempenho. Para
outros, as questões tiveram nível muito alto, com tema de redação
inesperado.
Cansaço e falta de paciência foram os
principais empecilhos citados por Pedro Luís. Com apenas 15 anos e ainda
no primeiro ano do ensino médio, ele presta as provas como um teste.
Sem a pressão de entrar na universidade agora, disse que achou as
questões mais fáceis do que pensava. “Mas assim, a prova é bem
cansativa. Quando cheguei na 60ª questão, já comecei a embaralhar as
ideias, mas deu para fazer”, explicou.
Neste primeiro dia, os candidatos tiveram de realizar
provas de Linguagens, Ciências Humanas e redação. Esta última teve seu
tema divulgado às 14 horas, pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). “Democratização
do acesso ao cinema no Brasil” foi o assunto que mais de 5 milhões de
estudantes de todo o Brasil tiveram de escrever em menos de 30 linhas.
Para Yara Fernandes, de 18 anos, o tema foi
“interessante” por trazer discussões sobre desigualdade social à pauta.
“A redação abordou um pouco daquilo que precisamos também, que é incluir
as classes de menor poder aquisitivo nesse mercado que é o cinema.
Discutir isso foi bem interessante”, afirmou ela, que está confiante
para entrar na faculdade de Medicina Veterinária.
Na mesma linha, a universitária Maria Eduarda, 18,
declarou ter simpatizado com o assunto da redação pela facilidade de
associação a diferentes situações. Consegui desenvolver bem o tema
porque gosto muito de cinema, e usei o exemplo dos meus avós, que não
tinham essa facilidade toda de ir ao cinema. Hoje em dia, estão em
qualquer shopping”, destacou a jovem que prestou o exame “para testar os
próprios conhecimentos”.
Sempre polêmico e especulado por professores e alunos, o
tema da redação teria pegado alguns participantes “de surpresa”, como
no caso de Lucivan Almeida, de 18 anos. “Eu esperava sobre preconceito”,
apontou. Luan Cavalcante, de 22 anos, está nesse mesmo grupo. “Foi um
tema bem aleatório que eu não esperava de jeito nenhum”. Antes da
realização da prova, ele apostava produzir o texto sobre política ou
desastres naturais.
No próximo domingo, 10, os candidatos voltarão para o
mesmo local de provas para dar continuidade ao processo, que pode
encaminhá-los a vagas no Ensino Superior tanto de instituições públicas
quanto privadas.
o Povo