A paisagem urbana logo foi tomada pelo mar de gente e pela esplendorosidade do andor. No percurso, moradores prepararam pequenos altares a frente de suas residências. Em cada uma delas, dom Gilberto Pastana, que acompanhou a peregrinação junto aos fiéis, saudou e abençoou os familiares.
Após uma hora e meia de caminhada, a peregrinação retornou a Sé Catedral onde foi dada a bênção do Santíssimo Sacramento, encerrando os 251 anos da festividade.
Com velas nas mãos, a multidão de crianças, jovens, adultos e idosos seguiu atrás do carro andor, este ano, inspirado em um hino escrito por dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo da diocese, onde ele afirma que a Virgem da Penha é o rico diamante do Crato. Inclusive, uma réplica da pedra preciosa, feita de vidro, estava bem à frente, um pouco abaixo da imagem da padroeira, para que os fiéis não se esquecessem disso.
Com relação ao tamanho, o carro- andor media quatro metros de altura por dois e meio de largura, o que parecia muito grande, mas muito maior era a beleza daquela para qual ele foi ornado com duzentas rosas brancas, além do acabamento com mini-margaridas e gladíolos. Não é à toa que a equipe de sete pessoas vindas de Mauriti, liderada pelo padre Ismael Vogas, levou oito horas para deixá-lo pronto.
“É um carro- andor com muitos arranjos que nos lembra da beleza divina, a beleza do coração da própria mãe. Mas a Virgem em si está investida de beleza, nós apenas realçamos aquilo que ela tem em si mesma”, explicou o idealizador.
“Nós todos somos atraídos, por seu olhar, a experimentar, nesse recôndito interior de Maria, um filho que se encontra presente e, ao mesmo tempo, permitir que Ele, Jesus Cristo, adentre em nossos corações. Esse carro- andor vem com este propósito de atrair o olhar do fiel para beber desta fonte e, ao mesmo tempo, pedir a ela que estejamos nós todos abrigados neste coração divino”, justificou.
Os detalhes de requinte e elegância também tiveram inspiração na arte barroca.
Por: Jornalista Patrícia Silva- DRT 3815/CE