O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou, nesta segunda-feira (5), que cogita escolher um oficial da Aeronáutica para a direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ele não quis informar o nome do candidato, segundo o Portal G1.
Marcos Pontes foi entrevistado pela rádio “Eldorado” e, ao ser questionado sobre a nomeação de um oficial da Aeronáutica para o cargo de Galvão, ele confirmou que está avaliando a possibilidade e disse que o candidato é um “doutor em desmatamento”. Na última sexta-feira (2), Ricardo Galvão foi avisado da exoneração do cargo após imbróglio com o governo federal a respeito dos dados de desmatamento.
Em julho, ao criticar os números de devastação da Amazônia, Bolsonaro disse que a floresta “já teria se extinguido” se os dados de desmatamento fossem reais e afirmou que o diretor do Inpe estaria “a serviço de alguma ONG”. Galvão negou as declarações do presidente.
Monitoramento
“Vamos criar um sistema melhor, colocar mais satélites e, em conjunto, fazer as análises para demonstrar como está sendo feito”, disse, ainda em entrevista, o ministro.
Ele lembrou que, antigamente, os dados eram enviados primeiro ao Ibama e, depois de cinco dias, disponibilizados ao público. Segundo Pontes, esse é um possível formato para a divulgação dos índices de desmatamento no futuro.
Lista tríplice
O novo nome para o comando do instituto será divulgado no início desta semana, de acordo com Pontes. O regimento interno do Inpe, aprovado pela portaria n° 897 de 3 de dezembro de 2008, prevê que a escolha do diretor deve ocorrer por meio de uma lista tríplice (relação de três nomes) elaborada por um comitê. Esse grupo é escolhido pelo Conselho Técnico-Científico do órgão, que tem 11 membros – seis especialistas e cinco integrantes do Inpe (incluindo o diretor, que neste caso foi exonerado). O G1 entrou em contato com o ministério, que não informou se irá respeitar esse trâmite.



(Foto – Agência Brasil)