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Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (23/8), a 64ª fase da
Operação Lava-Jato. A ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o
empresário André Esteves, ex-presidente do banco BTG Pactual, são alvos
de mandados de busca e apreensão. Eles são investigados pela venda de
ativos da Petrobras na África para o banco.
As
investigações apontam que o BTG foi favorecido na negociação, em 2013,
durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. O Ministério Pùblico
Federal (MPF) aponta que 50% dos ativos foram vendidos por U$ 1,5
bilhão. No entanto a totalidade do negócio estava avaliada em um valor
em torno de US$ 5,6 bilhões e US$ 8,4 bilhões.
Durante
o processo, o BTG teria tido acesso a informações sigilosas, que de
acordo com as diligências, favoreceram a instituição. Além disso, teria
ocorrido restrição de concorrência. O negócio foi aprovado em apenas um
dia pela diretoria da Petrobras, e em apenas mais 24 horas pelo conselho
da estatal.
Esta fase da operação tem como base
informações repassadas pelo ex-ministro Antônio Palocci. Ele relatou que
André Esteves teria negociado com o ex-ministro Guido Mantega o repasse
de R$ 15 milhões para que o BTG tivesse privilégio em um contrato de
sondas do pré-sal da Petrobras.
De acordo com o
Ministério Público, “apura-se, ainda, informações contidas em e-mails de
Marcelo Odebrecht e prestadas por Palocci no sentido de que a
ex-presidente da Petrobras Graça Foster teria conhecimento do esquema de
corrupção existente à época na estatal, mas não teria adotado medidas
efetivas para apurar tal esquema ou impedir a continuidade do seu
funcionamento”.
O procurador da República Deltan
Dallagnol afirmou que “esta é mais uma investigação sobre possíveis
crimes que têm relação com instituições financeiras. Já houve denúncias
apontando crimes relacionados a funcionários do Banco do Brasil, Caixa
Econômica Federal, Banco Paulista e corretoras. A força-tarefa de
procuradores e a polícia federal têm explorado todas as linhas
investigativas em sua esfera de atribuição”.
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