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A
Justiça do Ceará decretou, nesta sexta-feira (19) a prisão do médico e
prefeito afastado de Uruburetama, suspeito de abusar sexualmente de
várias mulheres enquanto realizava atendimentos ginecológicos. O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) havia pedido a prisão
preventiva do médico na última quarta-feira (17), por considerar que ele
apresenta “riscos para a investigação do caso”.
A
decisão sobre a prisão do médico é do juiz José Cléber Moura do
Nascimento. Conforme a decisão judicial, a prisão preventiva é
necessária para preservar as provas e evitar influência do acusado.
Denúncias contra o médico
José
Hilton de Paiva filmava os crimes com câmera escondida, sem o
consentimento das pacientes. Profissionais da Associação Médica
Brasileira assistiram aos vídeos e afirmam que o caso se trata “claramente” de “estupro das pacientes”.
Conforme
as vítimas, José Hilton abusa das pacientes desde a década de 1980. As
primeiras denúncias ocorreram em 1994, mas o caso foi arquivado. Várias
mulheres afirmaram que não denunciaram por medo ou porque dependiam do
prefeito para manter emprego ou ter acesso a serviços públicos.
Em
2018, quatro mulheres voltaram a denunciar Hilson de Paiva por abuso
durante atendimento ginecológico. O juiz arquivou o caso, e as mulheres
foram obrigadas a pedir desculpa ao prefeito para evitar serem
processadas por calúnia e difamação.
O
MPCE informou que, depois da divulgação dos primeiros vídeos, em março
de 2018, e após ouvir quatro mulheres que se identificaram como vítimas
do então prefeito, a Promotoria de Justiça de Uruburetama instaurou uma
investigação.
Em
seguida, o órgão solicitou informações à Polícia Civil, que resolveu
abrir o inquérito policial, concluído em dezembro de 2018. A polícia, no
entanto, sugeriu o arquivamento do caso. O MPCE requisitou novas provas
à polícia.
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