O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende comprovar fraudes nas eleições de 2014, em cerimônia que deve ser realizada na próxima semana, no Palácio do Planalto. Bolsonaro disse que vai contar com "hackers do bem" para mostrar que a urna eletrônica é violável e que o resultado da disputa eleitoral entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) foi forjado e teve como real vencedor o candidato tucano.
Bolsonaro disse que o evento vai durar cerca de uma hora, segundo ele o suficiente para mostrar a fraude. Logo em seguida, ele prometeu levar a denúncia ao TSE, mas disse que a opinião pública sobre a fragilidade da segurança da urna eletrônica valerá mais. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Itatiaia de Minas Gerais, nesta 3ª feira (20.jul).
Em relação à eleição de 2018, na qual se sagrou vencedor com a urna eletrônica e não questionou o resultado, Bolsonaro alegou que só conseguiu chegar à presidência porque teve muitos votos. Bolsonaro ainda voltou a criticar a mobilização do Presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, a respeito do veto do Congresso ao Projeto de Lei que prevê a impressão das escolhas dos eleitores.
De acordo com o TSE, todas as fases de votação já são auditáveis, com a contagem eletrônica dos votos acompanhada por integrantes dos partidos políticos em tempo real. Nenhuma fraude foi comprovada desde o início do uso do atual sistema. O retorno do voto impresso chegou a ser testado em 2002 e descartado após falhas no processo. O Supremo Tribunal Federal avalia que o retorno da medida colocaria em risco o sigilo do voto e possibilitaria a prática de compra de eleitores.