Um despacho enviado pelo Ministério Público (MP) para a Câmara
Municipal de Barbalha nesta segunda-feira (11), pede a suspensão de um
projeto de lei encaminhado para votação pelo executivo, solicitando a
doação de 35 terrenos para órgãos públicos e organizações
não-governamentais (ONG’s). O documento pede a impugnação da tramitação
do processo, a fim de impedir que os imóveis sejam aderidos aos bens da
prefeitura.
Tudo foi baseado num Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
(TAC) assinado em 2016, no qual é baseado na Constituição Federal e na
Lei de Licitações nº 8.666/93, onde prevê que os prefeitos precisam
justificar o motivo das doações, para que haja uma avaliação dos
valores. Além disso, é necessário que a câmara de vereadores aprove,
para entrar no processo de licitação.
O prefeito Argemiro Sampaio enviou no mês de outubro para a avaliação
dos parlamentares. Um regimento interno da Câmara diz que os projetos
de lei ligados a doação de imóveis de propriedades do município, só
entram na ordem do dia para votação, quando os beneficiários vão até o
plenário para que aconteça uma avaliação. A única questão, neste caso, é
que não fica claro que se o processo licitatório pode acontecer antes
ou depois dessa avaliação.
Os vereadores perceberam que não daria para analisar o projeto, por
ser muito extenso e que uma sessão era insuficiente para que 35 pessoas
pudessem participar do processo avaliativo, além de que seria melhor que
fosse realizado um projeto para cada doação.
Eles solicitaram que o MP emitisse uma recomendação para o prefeito,
baseada em três pontos: áreas verdes em áreas institucionais,
necessitando um estudo técnico por órgãos ambientais; as doações juntas
em um mesmo projeto não deixaria tudo claro, porque mesmo sendo para
doar, os destinos são divergentes; e por fim, seria sobre as licitações.
Foi compreendido que deveria ser prévia.
A recomendação ainda não foi emitida, entretanto sairá baseada nesse
despacho. O MP compreendeu que o projeto seria inviável, por isso o
presidente da câmara e o prefeito foram comunicados. Foi recomendada a
suspensão, até aguardar uma manifestação do chefe do executivo.
O Badalo entrou em contato com a procuradoria da cidade, que até o fechamento desta matéria, não nos enviou nenhum retorno.
Badalo