Mais de 100 milhões de brasileiros enfrentam insegurança alimentar

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 O número de pessoas em insegurança alimentar no Brasil, ou seja, que não têm acesso pleno e permanente a alimentos, é de 116,8 milhões. Dessas, 19,1 milhões estão passando fome. É o que revela levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

O "Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil" mostra que, em dezembro de 2020, os habitantes de 55,2% dos domicílios brasileiros conviviam com insegurança alimentar leve, moderada ou grave. A pesquisa foi realizada em 2.180 residências nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais. 

A situação piora entre moradores da área rural, onde a ocorrência de fome era realidade em 12% dos domicílios quando os dados foram coletados. De acordo com o estudo, a insegurança alimentar grave dobra nas áreas rurais do país, especialmente quando não há disponibilidade adequada de água aos animais e para a produção de alimentos.  

Há, ainda, disparidades regionais. O Nordeste apresentou o maior número absoluto de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, quase 7,7 milhões. Já no Norte, que abriga apenas 7,5% dos habitantes do Brasil, viviam 14,9% do total das pessoas com fome no país em 2020. 

Em relação a raça e escolaridade, a fome também apresenta diferença nas ocorrências. Das residências habitadas por pessoas pretas e pardas, a fome esteve em 10,7%. Entre pessoas de cor/raça branca, o percentual foi de 7,5%. 

A fome se fez presente em 14,7% dos lares em que a pessoa de referência não tinha escolaridade ou possuía Ensino Fundamental incompleto, ante 10,7% com Ensino Fundamental completo ou Ensino Médio incompleto. Em lares chefiados por pessoas com Ensino Médio completo em diante, o índice despencou para 4,7%.

Por fim, a pesquisa aponta que a crise econômica agravada pela pandemia está fazendo com que a insegurança alimentar se alastre entre os que não se encontram em condição de pobreza. Cerca de metade dos entrevistados relatou redução da renda familiar, provocando, inclusive, cortes nas despesas essenciais. Esses lares constituem o grupo com maior proporção de insegurança alimentar leve ? por volta de 40%.

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