A Superintendência da Polícia Federal no
Ceará deflagrou, no começo da manhã desta segunda-feira (1º), em
Fortaleza, a “Operação Spectrum”, que apura possível desvio de recursos
do Fundo Eleitoral, repassados para a candidata a deputada estadual
Gislani Maia (PSL), nas eleições de 2018, no Ceará.
Foram cumpridos quatro mandados de busca
e apreensão na sede do partido político, em uma empresa gráfica e nas
residências da investigada e do proprietário da empresa. Os mandados
foram expedidos pela Justiça Eleitoral desta Capital.
As investigações tiveram início a partir
da notícia de que o partido repassou para a candidata, dois dias antes
da eleição, a quantia de R$151 mil, e que tais recursos teriam sido
utilizados para confecção de “santinhos”. Foi apurado que o valor
repassado à candidata em muito superou as quantias que foram destinadas a
outros candidatos do mesmo partido, inclusive dos que lograram ser
eleitos pela mesma legenda.
Os votos da então candidata tiveram o
custo médio de R$ 43,12 por voto, com valor muito acima do custo dos
votos dos candidatos que foram eleitos no estado do Ceará, que foram
calculados na ordem de R$ 5,97, em média.
Gráfica sem empregados
Também foi levantado que a empresa
gráfica alvo das buscas, que não mais funciona no endereço da época dos
fatos, e até mudou de nome, aparentemente não possuía aporte tecnológico
para confecção de impressos em tão curto espaço de tempo, e sequer
possuía empregados registrados no CAGED.
Segundo as investigações, a gráfica
recebeu da candidata a quantia de mais de R$ 103 mil para confecção de
adesivos e outros materiais de campanha, tendo sido beneficiada, nas
eleições de 2018, com quantia superior a R$ 626 mil, recebida de outros
candidatos.
Os fatos, caso confirmados, podem
configurar o crime capitulado no artigo 354 do Código Eleitoral, que
prevê aos infratores, pena de reclusão de dois a seis anos de prisão e
multa.
(Blog Fernando Ribeiro)