JUAZEIRO DO NORTE. Câmara vai investigar denúncias na Saúde

Blog do  Amaury Alencar
Foto: Jota Lopes/Arquivo/Agência Caririceara.com

A grave crise sanitária causada pelo avanço da pandemia da covid-19 foi endossada durante a última reunião da Câmara de Juazeiro, que acatou o pedido do vereador Demontier Agra (PSL), para formação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará denúncias na administração de equipamentos da Saúde. A votação, decidida com ‘voto minerva’ do presidente da Casa, vereador Darlan Lobo (PTB), após empate de 7 a 7, terá como foco a apuração de denúncias sobre assédio a servidores, ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e demissões no Hospital e Maternidade São Lucas e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Limoeiro.

Os equipamentos hospitalares são administrados pela Associação das Crianças Excepcionais de Nova Iguaçu (Aceni), alvo das denúncias feitas por servidores aos vereadores e nas redes sociais. Parlamentares cobraram do Secretário de Saúde, Lucimilton Macedo, e do prefeito Arnon Bezerra (PTB), informações sobre as possíveis demissões no Hospital São Lucas. O vereador Tarso Magno (PTC) chegou a afirmar que as demissões estariam sendo feitas sem aviso prévio e sem justa causa. Na UPA do Limoeiro, os funcionários terceirizados alegam que estão sendo perseguidos. Segundo denúncias, os servidores foram pressionados a assinar um protocolo de recebimentos de EPI, sem que o material fosse entregue.

Ao Jornal do Cariri, o prefeito Arnon afirmou que o fato realmente aconteceu, mas que não teria passado de uma iniciativa individual de um servidor da Aceni. Arnon disse estar ciente da situação e que as providências, junto à empresa administradora, já estão sendo tomadas. Sobre o contrato do Município com a Aceni, o vereador Tarso disse que já foram pagos cerca de R$ 2 milhões e outros R$ 18 milhões ainda devem ser efetuados. Para o vereador, o valor é suficiente para a aquisição de EPIs e a manutenção dos profissionais nas unidades de saúde.

Ainda durante a sessão que instaurou a investigação, o presidente Darlan Lobo cobrou da gestão os valores arrecadados e os gastos realizados para o combate ao coronavírus. Darlan quer informações sobre as contratações efetuadas com dispensa de licitação, além do cronograma e planejamento de ações para o combate da doença.

“Meu requerimento verbal é para pedir um plano de ação ao governo e ao Secretário de Saúde para devolver a economia que já temos na Câmara Municipal ao Município, um valor superior a R$ 1,4 milhão, nesses quatro meses”, explicou Darlan. O vereador Glêdson Bezerra (Podemos) citou R$ 30,5 milhões recebidos extras, que não foram prestados conta. Os valores seriam oriundos do Bradesco, Governo Federal, PreSal, Câmara e Concurso Público, além de emendas parlamentares.


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