No primeiro dia de atividades depois das
férias da Assembleia Legislativa do Ceará, o presidente da casa, José
Sarto (PDT), comentou falas recentes do presidente da República, Jair
Bolsonaro (PSL). Para o deputado, o Governo Federal ainda está em clima
de “ressaca eleitoral”, o que ele analisa ser situação “contraproducente
para os brasileiros”. Ele defendeu, em coletiva de imprensa na manhã
desta quinta-feira, 1º, que temas como segurança pública e desemprego
sejam mais discutidos.
O posicionamento do deputado reforçou discurso do governador Camilo Santana (PT) que, nessa quarta-feira, 31, pelas redes sociais oficiais, fez um "apelo ao bom senso" e criticou a "banalização dos absurdos", dizendo que o momento não é de crises e polêmicas. O petista não mencionou Bolsonaro diretamente.
Para Sarto, apesar das declarações de Bolsonaro, não há
movimentos que indiquem um pedido de impeachment do presidente. “Não
podemos banalizar esse instrumento”. Ao mesmo tempo, o deputado afirma
que a autoridade não está “acima do bem e do mal”, sendo o limite a
Constituição. Ele disse ainda acreditar haver “muitos excessos” nas
falas. Sobre a polêmica recente em que Bolsonaro usou o termo pejorativo
“paraíba” se referindo aos nordestinos, Sarto rebateu dizendo que
Nordeste é “quem sustenta a economia do Sul e do Sudeste”. “Nós somos
todos paraíba”, frisou.
Além disso, o pedetista defendeu que a liberdade de
expressão e o respeito à pluralidade de opiniões devem nortear o debate
democrático.
“A história do mundo mostra que não é o melhor caminho
flertar com qualquer atalho antidemocrático”.
Trabalhos legislativos
Questões como a Lei Orçamentária Anual (LOA) devem ser
prioridades no segundo semestre da Assembleia, de acordo com o
presidente da casa. O Plano Plurianual do Estado também deve entrar em
pauta. Outro assunto debatido será o regimento interno da AL-CE que,
segundo Sarto, precisa ser atualizado para ser adequado às novas
tecnologias.
Com informações do repórter Carlos Holanda