Após quase 40 anos de luta, o Governo do Ceará formalizou a aquisição da Fazenda Jardim, na zona rural de Santa Quitéria, com o objetivo de destinar as terras para fins de reforma agrária. A medida atende a uma demanda histórica do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que acampa o território há 13 anos.
A confirmação da desapropriação foi feita na semana passada pelo governador Elmano de Freitas, durante reunião com representantes do movimento. A área, com mais de 2,7 mil hectares, pertence a Beatriz Machado e aos herdeiros da família Machado, ex-proprietários do extinto banco Bancesa.
O Jardim já considerado uma das áreas mais produtivas do estado, mas com o tempo, se encontrava em estado de abandono. Por décadas, foi uma grande propriedade com criações e carnaubais, cujos donos mantinham seus moradores num regime de semiescravidão.
A luta pela posse da terra teve início em 1986, com a primeira ocupação, entretanto foram despejados, alguns de forma violenta, com derrubada de casas, destruição de cercas e ameaças. Em 2000, houve uma nova ocupação com participação do MST, que também foi alvo de reintegração de posse. Na mais recente, iniciada em março de 2013, não houve resistência por parte dos Machados, que mantiveram diálogo com os ocupantes.
A voz de Santa Quitéria
