O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (16), durante sua live
semanal no Facebook, que a nova diretriz do Ministério da Saúde será
pela retomada gradativa do comércio e do fim do isolamento social no
país, mas que a decisão cabe aos governadores e prefeitos.
"Não vai ser de uma hora pra outra, não vai
ser um cavalo de pau, mas nós entendemos que, paulatinamente, com muita
responsabilidade, o Brasil tem que começar a trabalhar. Agora, a decisão
vai partir muito mais dos governadores e dos prefeitos, porque essa foi
a decisão do Supremo Tribunal Federal, se não me engano, por
unanimidade, no dia de ontem", disse o presidente.
Na decisão citada por ele, os ministros da Suprema Corte definiram que estados e municípios têm autonomia
para tomar as medidas que acharem necessárias para combater o novo
coronavírus, como isolamento social, fechamento do comércio e outras
restrições.
Ao lado do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, Bolsonaro voltou a argumentar, durante a live, que uma quarentena "rígida" pode causar problemas irreversíveis na economia.
"Nós sabemos que o efeito colateral de uma
quarentena muito rígida, fazendo com que as pessoas mais humildes
viessem a perder seu emprego, ou seu ganha-pão, no caso da
informalidade, poderia ocasionar problemas seríssimos para o Brasil, a
ponto de a economia não se recuperar mais".
Nelson Teich reforçou que o foco a pasta
será no mapeamento do avanço na doença do país. "Agora a gente tem que
ter um foco muito grande em colher dados sobre qual é a prevalência
dessa doença, seja dos infectados, seja dos que [se] curaram e dos que
morreram. Quando a gente combinar esses dados, vai ser muito mais fácil
a gente enxergar o que acontece e traçar políticas e ações", disse. Um
dos objetivos do novo ministro é justamente deflagrar um programa de testagem em massa da população.
Nelson Teich, que é médico oncologista, assume o lugar do ortopedista Luiz Henrique Mandetta, que ficou 16 meses à frente da pasta.