Após cartinha ao Papai Noel, menino ganha aparelho de audição

Blog do  Amaury Alencar
O garoto, Eduardo Franco, recebe aparelho auditivo, durante visita do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta ao Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, referência em atendimento na Baixada Fluminense pelo SUS.  
 
Tomaz Silva/Agência Brasil
Agência Brasil
 
Eduardo França Gonçalves, 11 anos, tem deficiência auditiva desde 1 ano de idade e hoje (30) experimentou pela primeira vez o aparelho de audição que tinha pedido em uma cartinha encaminhada ao Papai Noel dos Correios. O garoto foi uma das 350 pessoas que receberam o equipamento no Centro de Saúde Auditiva Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, do Hospital Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Ao lado do prefeito Washington Reis, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ajudou Eduardo a botar o aparelho que foi entregue pela prefeitura.

O menino mora em Cuiabá, no Mato Grosso, mas não conseguiu ser atendido lá. Por isso, resolveu escrever a cartinha para o Papai Noel dos Correios pedindo o aparelho e se não fosse possível, queria ganhar um boneco do Homem Aranha ou um chapéu. Hoje ele ganhou tudo que pediu. Já com o aparelho, Eduardo fez um agradecimento emocionado. “E aí, tudo bem? É um momento muito alegre. Agradeço muito a vocês. Muito obrigada a vocês, parabéns”, disse o menino, ainda com um pouco de dificuldade na fala, limpando as lágrimas.

A avó Clemair Gonçalves, de 48 anos, que o acompanhava também estava emocionada de ver o neto com uma perspectiva melhor de vida e desenvolvimento nos estudos."Vai ser bem melhor, ele vai se atualizar, aprender mais. Vai ter facilidade de entender as coisas, Vai ter progredir na escola", disse comentando sobre o efeito do aparelho a que chamou de presentão.

Para o ministro apesar da “generosidade e humanidade” da Prefeitura de Caxias, a cidade do menino deveria ter condição de o atender. “Isso aqui é uma coisa que deveria ter sido resolvida lá em Cuiabá. Deveria ter sido resolvida próximo à casa dele. O serviço de lá fechou. Não tem a fono, um dia tem outro não. Esse cidadãozinho brasileiro, esse menino, tem que estudar. Esse menino tem que incluir, esse menino tem que ir para a escola. Esse menino aqui, pode estar dentro dele a solução do tratamento do câncer, do tratamento das estradas brasileiras. A gente só precisa dar chance. Com esse aparelho, agora, ele passa a ter chance de interagir e ir para cima conquistar os sonhos”, apontou Mandetta, acrescentando que quanto mais cedo o atendimento tivesse ocorrido menos problemas de fala Eduardo teria.

Hospital do Olho

Ainda em Caxias, onde teve seu primeiro trabalho, quando cursava o sexto ano de Medicina, o ministro visitou também o Hospital do Olho Júlio Cândido de Brito, que, segundo a prefeitura foi inaugurado há 1 ano e 8 meses e já passou dos 750 mil atendimentos, sendo um dos mais modernos do país e com aparelhos importados de última geração. Também como a outra unidade hospitalar ele atende paciente de fora do município. Para o ministro, Caxias vem fazendo um bom trabalho na Saúde, mas é preciso buscar o equilíbrio com os outros municípios próximos, até para que a cidade não seja prejudicada.

“A gente vai começar agora um grande diálogo com os prefeitos da Baixada [Fluminense], enfim, com todos os municípios que fazem divisa, para entender a lógica regional. Se aqui está fazendo, e conseguindo fazer para uma cidade de 1 milhão de habitantes, mas atende uma população flutuante acima de 2,5 milhões, então, a gente precisa acertar os outros 1,5 milhão para achar o ponto de equilíbrio, senão, quanto mais ele fizer de saúde aqui, mais gente vai vir e acaba inviabilizando o serviço. Achar esse ponto de equilíbrio é um desafio que a gente vai ter aqui no Rio de Janeiro”, indicou.
O prefeito espera que a visita de Mandetta a Caxias - que faz parte da rotina do Ministério de verificar o atendimento em unidades de saúde do país - possa garantir um apoio aos investimentos do município. “A gente está fazendo um trabalho aqui que ultrapassa as barreiras, as fronteiras da normalidade, devido à demanda”, disse.

“A população precisa do atendimento. Dizer que o problema é federal, estadual ou municipal, não resolve. O problema é de todo mundo e estamos aqui para ajudar”, destacou Mandetta.

Consórcios

Segundo o ministro, o trabalho junto às prefeituras é feito em uma construção coletiva chamada consórcios intermunicipais. “O estado do Paraná é o que tem a melhor organização de consórcios intermunicipais. Minas Gerais também tem uma boa estrutura. O Rio de Janeiro até pela proximidade são regiões contíguas, não dá para ficar definindo esse é daqui e vai até essa rua. Aqui precisa de uma organização intermunicipal fomentada”.

Mandetta revelou que a liberação de recursos do governo federal é pactuada com os municípios que abrem as unidades hospitalares, cadastram o serviço e demonstram a produção. Depois desse processo, o ministério faz a habilitação e envia os recursos diretamente para a prefeitura. “É função da gente andar e ver se o recurso está sendo bem empregado", explica.