Cooperativa de anestesistas do CE pode interromper serviços a partir do próximo dia 22

Blog do  Amaury Alencar
0


O HGF é um dos hospitais atendidos pela Coopanest Ceará (Foto: Mauri Melo/O POVO)
O HGF é um dos hospitais atendidos pela Coopanest Ceará (Foto: Mauri Melo/O POVO)

A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest-CE) está prestando serviços a hospitais do Estado sem contrato formalizado há um mês, desde o dia 14 de junho de 2021. O diretor presidente da instituição, Eduardo Vidal, disse que acertou os detalhes da renovação do contrato com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) no dia 4 do mês passado, mas os detalhes jurídicos e financeiros ainda não foram fechados e os profissionais estão trabalhando sem saber quando receberão os valores combinados. A continuação dos serviços é uma dúvida a partir do próximo dia 22, conforme o presidente.

Eduardo explica que a cooperativa acertou com a Sesa a adoção de um novo modelo de prestação de serviços para a cooperativa, inclusive em reunião com o titular da pasta, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto. Com isso, ficou restando apenas a “parte burocrática”, que vem sendo adiada de forma recorrente pela secretaria, conforme o presidente.


Atendendo a grandes hospitais do Ceará, como o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital Geral Dr. César Calls, a cooperativa engloba número significativo dos profissionais anestesistas que trabalham para o setor público. Vidal explica que durante muito tempo não foi realizado concurso público para ocupar essas vagas por meio da administração direta e a cooperativa tem uma demanda grande para prestação de serviços, especialmente com o crescimento dos hospitais.

 “Cerca de 80% da mão de obra de anestesia é da cooperativa e se tivermos que interromper os serviços, 80% das cirurgias do Estado vão parar. O HGF, por exemplo, tem poucos servidores e precisamos complementar com mais profissionais”, explica Eduardo. Ele disse que a Coopanest-CE buscou o Ministério Público do Ceará (MPCE) e ficou acordado que a Sesa teria até o dia 22 de julho para dar um retorno sobre a assinatura do contrato.

Após essa data, o presidente enfatiza que não sabe se a cooperativa conseguirá prestar serviços, até porque os cooperados estão buscando outras fontes de trabalho, diante das incertezas do pagamento. Anteriormente, de acordo com o gestor, a relação com a Sesa acontecia de forma “tranquila” já há vários anos. “Foi tudo bem transparente, sempre pagaram em dia, quando atrasou não era muito”, defendeu o presidente da instituição, que tem uma média de 670 anestesistas.

Em nota, o MPCE informou que enviou ofício à Sesa requerendo que o órgão apresente em um prazo de cinco dias manifestação pormenorizada às reclamações apresentadas pela Coopanest-CE, inclusive sobre os motivos pelos quais o novo contrato ainda não teria sido formalizado. Foi exigido ainda informações sobre as providências tomadas para evitar possível suspensão dos serviços realizados por profissionais da cooperativa, assim como previsão de regularização contratual e cópia do processo administrativo que trate sobre novo contrato a ser firmado.

A Sesa defendeu, também por meio de nota, que, após inúmeras rodadas de negociação com as cooperativas médicas, está adotando providências para a formalização de novo contrato administrativo com a Coopanest-CE, de acordo com as formalidades legais cabíveis.

     o Povo 

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)