Alunos denunciam falta de professores na Universidade Estadual do Ceará

Blog do  Amaury Alencar
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 Alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE), elaboraram uma petição para solicitar a realização de um concurso público para a contratação de novos professores. De acordo com os estudantes, há um déficit significativo em todos os cursos ofertados pela universidade. A petição já conta com mais de 2300 assinaturas e, segundo os alunos, o problema é algo “crônico” causado pelo orçamento insuficiente que é oferecido à Fundação Universidade Estadual do Ceará (Funece).

FOTO GOVERNO DO ESTADO



As reclamações abordam diversos setores do dia a dia estudantil dentro da universidade “Algumas cadeiras não podem ser ministradas simplesmente porque não existem professores, milhares de alunos se formam sem ter passado por elas”, afirma Pedro Medeiros, estudante de medicina da UECE. Além disso, as críticas também declaram que há contratos de professores que se encerram no meio do semestre e não são substituídos, bem como existem docentes que estão dando aula voluntariamente por já terem os contratos vencidos. A nota dos alunos à imprensa detalha ainda, problemas estruturais dentro da universidade “É importante citar que a UECE possui diversos outros problemas , como laboratórios precarizados , salas de aulas em número insuficiente e várias outras questões que se resumem no orçamento escasso de verba do Governo do Ceará para essa instituição , a qual não consegue fornecer condições mínimas de formação acadêmica para os seus alunos”, defenderam os alunos.

O levantamento realizado pelos discentes aponta que ao comparar a quantidade de professores empossados na universidade e o número de desligamentos, é possível perceber que as contratações não estão suprindo as reposições e substituições que seriam necessárias para que o número de docentes atinja um nível satisfatório. De acordo com os dados ofertados, entre 1 de Janeiro de 2007 e 5 de Março de 2021, houve a saída de 446 professores, por aposentadorias , falecimentos e exonerações. No entanto, só houveram 232 professores empossados , demonstrando uma carência de 214 professores abrangendo todos os cursos da instituição. De acordo com dados da UECE, existem hoje 397 professores em regime temporário para reduzir os danos da ausência de professores efetivos.
Procurada pelo Jornal O Estado, a assessoria da Casa Civil declarou que, apesar de estarem cientes da necessidade de melhorias, nunca houve tanto investimento quanto atualmente na UECE “Pelo que a gente entendeu é um levantamento de estudantes feito pelo whatsapp que haveria essa falha de professores, a gente sabe que a UECE deveria ter mais professores, assim como todas as universidades públicas. Porém, nunca se teve tanto investimento quanto se tem na UECE atualmente”.

Na última nota oficial, a Universidade Estadual do Ceará e a Casa Civil do Estado afirmaram que estão em processo de negociação com o Governo para a realização de um concurso público ainda em 2021. “A Universidade Estadual do Ceará (UECE), juntamente com o Governo do Estado, planeja realização de concurso público para reposição de vagas de aposentadorias, exonerações e falecimentos de docentes. Para suprir a carência de docentes efetivos, e em paralelo a esse planejamento, a UECE dispõe hoje de 397 professores em regime temporário (substitutos, temporários e/ou visitantes), 728 professores efetivos e 377 trabalhadores técnico-administrativos efetivos.Para 2022, ano em que deve deixar de vigorar a lei complementar 173/20, legislação federal que impede o aumento de pessoal em todo o serviço público do país, um outro concurso público para docentes deve ser realizado para contemplar os cursos existentes e as perspectivas de ampliação da atuação da UECE”.

Segundo o corpo de estudantes, a Universidade realizou, recentemente, uma reunião do Centro de Pesquisa, Ensino e Extensão(CEPE), conselho deliberativo da instituição, para debater as demandas da petição. De acordo com Pedro Medeiros, o encontro aumentou a carga horária dos professores, medida que, na opinião do aluno, não ajuda na resolução real do problema “Basicamente, não mostraram interesse em solicitar o concurso para o Governo, aumentaram a carga horária de aula dos professores , para tentar maquiar a necessidade do concurso”, afirma. Apesar das negociações, outros alunos acreditam que ao tornar a crise interna pública, geraria-se uma pressão por uma resposta satisfatória “A atenção às solicitações tem sido pouca e rasa. A UECE não anda preocupada com os descasos que, muitas vezes, afetam nós alunos.

A UECE possui algumas instâncias para tomada de decisões, onde as instâncias mais próximas dos alunos, as coordenações e direções de centro, geralmente se compadecem das nossas necessidades, porém não possuem autonomia para mudar muita coisa, sendo necessário que outras instâncias superiores assumam esse papel; contudo, essas instâncias sempre estão munidas de desculpas para justificar os déficits que a universidade possui”, declara Vyctor Lavor, estudante de medicina da instituição.

Por Yasmim Rodrigues sob supervisão dos
editores de Geral


o Estado Ce 

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