Faleceu nesta quarta-feira, 11, por volta
do meio-dia, na capital cearense, um dos grandes sanfoneiros da velha
guarda do nordeste brasileiro.
Raimundo Inácio tocador de sanfona, como gostava de ser chamado,
fez grande sucesso nos bares da antiga Quixadá e região do sertão
central cearense.
Chegou aos seus 95 anos ainda tocando “Asa Branca” sua preferida e lidando na agricultura, até quando pôde.
Sr. Raimundo, filho de Antonio Inácio da Silva, da Serra Azul, aprendeu a decifrar o instrumento cedo, ainda menino.
Quando seu pai, seu Antonio, saía para o roçado, Raimundo subia no
tamborete e alcançava no alto do esconderijo, onde estava guardada com
toda ciumeira e cuidado, a sanfona de Sr. Antonio. Ele escondia para os
meninos não pegarem, podiam esculhambar, dar o prego na princesinha.
Um dia Sr. Antonio voltou mais cedo da roça e acabou pegando Sr.
Raimundo no flagra. Sr.
Raimundo se livrou de uma boa surra do velho,
pois demonstrou saber lidar muito bem com a sanfona.
Sr. Antonio ficou
meio cabreiro e enciumado, mas disse, o menino toca bem, puxou ao pai.
Desde então, Raimundo Inácio ficou conhecido, e a fama de bom
tocador logo se espalhou, o que não lhe faltou foi convite para
festanças, casamentos, bailes, pé de serra e animação por toda a região.
Sr. Raimundo Inácio era discípulo do Rei do Baião, adorava tocar as músicas de Luiz Gonzaga, Seu Luiz, como ele dizia.
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